27.7.07

Quilombos, um grito por liberdade e igualdade em terras brasileiras

Em recente artigo publicado no Jornal O Globo o professor Dennis Rosenfield pergunta a que interessa a demarcação das terras quilombolas e defende que estão sendo criados novos quilombos no Brasil.
Bem os Quilombos são uma experiência única na história do Brasil, de união de brasileiros excluidos pelo sistema capitalista em torno da coletivização do trabalho, da moradia e do direito a preservação da vida.
Num momento histórico onde a posse de terras determinava a condição política e a humanidade das pessoas, os quilombos representaram uma ameaça ao sistema instituido. Formado por brasileiros das mais diferentes matizes étnicas e cor da pele, o que unificava estas pessoas era o grito por uma nova sociedade.
Este projeto inovador de sociedade representou grande perigo ao sistema segregador e desumano do Brasil Colonial, recebendo ataques profundos da frágil e incipiente burguesia-agrária nacional.
Com a rejeição oficial da escravatura enquanto pilar fundante de nossa economia, os quilombos tiveram um pouco de paz para continuarem a existir.
O que não significou o fim dos ataques da burguesia-agrária nacional a este sistema de proteção a vida. Se antes os ataques da burguesia-agrária se fundamentavam no fato dos quilombos serem constituidos majoritariamente por negros fujões, agora o ataque passa a se fundamentar na ilegalidade das terras quilombolas.
Como poderia a burguesia-agrária aceitar comunidades agrárias que por sua mera existência já significam a rejeição do modelo capitalista de organização da sociedade.
Como aceitar que um pequeno grupo de descendentes de escravos possam possuir terras e sobreviver a margem do nefasto e excludente sistema agrário nacional.
Como aceitar que existam comunidades agrárias livres da especulação e das investidas concentracionistas da burguesia-agrária.
E se todos os campesinos brasileiros começarem a questionar o sistema concentrador agrário brasileiro e começarem a exigir um novo modelo para o campo?
Bem a única forma de eliminar a possibilidade de tomada de consciência de todos os campesinos brasileiros e da revolução do campo é destruir esta forma comunitária e revolucionária de organização.
Por isso a burguesia-agrária brasileira via seus representantes intelectuais precisa introjetar na sociedade brasileira em geral uma consciência contrária a legalização desta forma de organização. O ataque aos quilombos é na verdade um ataque a toda e qualquer forma de organização que demonstre ser possível viver um sistema incluivo e comunitário onde todo e qualquer um recebe segundo sua capacidade e necessidade, onde tudo é de todos.
Os quilombos são a prova de que uma sociedade onde não haja explorados e nem exploradores é possível.
VIVA O SOCIALISMO!
VIVA OS QUILOMBOS!
OUTRO MUNDO É POSSIVEL!