12.2.11

Noam Chomsky avalia quadro no Oriente Médio e queda de Mubarak

Os levantes populares ocorridos no mundo árabe já provocaram a destituição

do ditador tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, o fim do regime do presidente

egípcio Hosni Mubarak, a nomeação do novo governo na Jordânia e a promessa

do ditador de tantos anos do Iêmen de abandonar o cargo no fim de seu

mandato. A agência de notícias independente Democracy Now! entrevistou o

professor Noam Chomsky, do Massachusetts Institute of Technology (MIT),

sobre o futuro do Oriente Médio e da política externa dos Estados Unidos da

América do Norte (EUA) na região.

Perguntado pela editora do Democracy Now!, Amy Goodman, sobre os comentários

do presidente Barack Obama a respeito do regime Mubarak, Chomsky disse:

"Obama foi muito cuidadoso de não dizer nada; está fazendo o que os líderes

estadunidenses fazem habitualmente quando um dos ditadores favoritos tem

problemas, tentam apoiá-lo até o final. Se a situação fica insustentável,

mudam de lado".



Amy Goodman: Qual a sua análise sobre o que está ocorrendo e como pode

repercutir no Oriente Médio?



Noam Chomsky: Em primeiro lugar, o que está ocorrendo é espetacular. A

coragem, a determinação e o compromisso dos manifestantes são destacáveis.

Independente dos resultados, estes momentos que, sem dúvida, não vamos

esquecer, seguramente terão consequências futuras: enfrentaram a política
,
tomaram a praça Tahrir e se mantiveram ali apesar dos grupos mafiosos de

Mubarak. O governo organizou esses bandos para tratar de expulsar os

manifestantes ou para gerar uma situação na qual o exército pode argumentar

que teve que intervir para restaurar a ordem e depois, quiçá, instalar algum

governo militar. É muito difícil prever o que vai acontecer. Os EUA estão

seguindo o seu manual costumeiro.





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